sábado, 30 de abril de 2016

O que é um homem de verdade?

O que define um homem de verdade?
Essa pergunta é feita várias vezes, em várias ocasiões e por várias pessoas diferentes, e sendo assim também tem várias respostas diferentes.
Curiosamente nenhuma dessas respostas vem de um homem se definindo e explicando o que quer pra si mesmo. Essas respostas vêm de pessoas diferentes, homens e mulheres, desenhando em volta de cada indivíduo do sexo masculino, os que eles decidiram que querem para os homens, como os homens devem ser, o que os homens devem fazer.
Apesar de distintas, as respostas sempre caem na mesma conclusão: um “homem de verdade” é aquele que se sacrifica pela sociedade, especialmente pelas mulheres.
A única coisa que eles nunca explicaram, e hoje em 2015 nós podemos tentar responder é: Porque, pra que e o que os homens ganham com isso. 
A iniciativa de tentar definir um “homem real” parte principalmente da mídia. Filmes, programas de TV, seriados, animes e até desenhos mostram que um homem de verdade é aquele que se arrisca e se sacrifica pelo bem estar dos outros. Não é raro um enredo em que um homem sozinho enfrenta exércitos para resgatar uma mocinha inocente. Na ficção sempre dá certo, o herói derrota todos e ganha como recompensa um estalinho e um abraço da moçoila. Já na vida real, o resultado não é sempre esse, mas mesmo se fosse, acho que isso não paga o sacrifício.

Os homens são simplesmente seres humanos, e como tais, têm os seus próprios desejos, necessidades, ambições, sonhos e objetivos. No entanto a sociedade não se concentra no que os homens querem. Desde tenra idade, os homens são informados que devem ser fortes pra poder fornecer segurança e conforto para as mulheres.
A narrativa aceitável é que um homem de verdade é aquele que é útil para as mulheres, aquele que sofre, ou morre para proteger outro ser humano com útero.

Será que ser um homem de verdade é isso? Colocar as necessidades das mulheres acima das suas, engolir o choro e continuar trabalhando para melhor servi-las? Isso é ser um homem de verdade?
NÃO! Não é !
Isso não é um homem de verdade, isso é o homem que a sociedade e as mulheres escolheram pra servirem a elas. Resolver os problemas delas, se sacrificar por elas, morrer por elas.
Diga-se de passagem que o papel protetor fazia algum sentido no passado, onde homens também eram valorizados e recompensados por isso. Hoje, na era da igualdade, não há nenhum tipo de recompensa e o homem ainda é retratado na mídia como caipira, burro, atrapalhado, o abusador que precisa ser concertado e domesticado pra atender melhor as vontades das mulheres seguindo campanhas como HeforShe, da bilionária oprimida Hermione.
Print de um grupo feminista sobre o um homem que morreu no Brasil ajudando uma mulher.
Para muitos, honra e masculinidade está na crença fatalista de que um homem tem responsabilidade de proteger as mulheres até o ponto de sua morte.
Um homem que morre protegendo uma mulher não é um homem de verdade, não é um herói, ele está apenas morto e é apenas um defunto. Alguns acreditam que ele vai ser recompensado em outro plano, após a morte, mas não há garantias disso.
Se você morrer pra proteger uma mulher, para todos os efeitos, você perdeu!

Homem de verdade não precisa se definir por meio de coragem, agressividade ou até mesmo gentilezas a uma mulher. Tudo que começa como gentileza, termina como obrigação, e essa obrigação acaba sendo chamada por muitos como “papel de homem”. Isso é muito confortável para as mulheres, sejam elas feministas ou tradicionalistas, pois na hora de serem defendidas, nenhuma delas se posiciona como feminista independente e recusa ajuda.

Os homens não devem nada as mulheres. Não devemos proteção! Não devemos provisão!
Nós não somos pagos para fazer nada pelas mulheres, nós não somos preparados pra protege-las. 
Com o advento da igualdade, as mulheres se libertaram de seus papéis tradicionais. Hoje, no ano de 2016, a luta delas não é mais por igualdade e sim por mais privilégios e ausencia de responsabilidades, que elas chamam descaradamente de empoderamento.
Ora, se mulheres não exercem mais seus papéis tradicionais, porque nós homens temos que exercer?
Eu estou fora! Eu vou seguir meu próprio caminho.

Sendo assim, vou responder a pergunta inicial feita no título da postagem:
O que é um homem de verdade?
Você decide!