O caminho mais conhecido para o sucesso é a determinação, e
todos tem a chance de brilhar.
Nos últimos anos a ciência descobriu que a natureza
intrínseca do talento é superestimada. Contrariando a visão comum de que talento é um dom, estudiosos
afirmam que o nosso DNA não confere dons específicos. Aquilo que chamamos de
talento natural pode não ter sido herdado na loteria da distribuição de genes, e
sim adquirida através de prática intensa e deliberada, erros e acertos.
E pela primeira vez, estudiosos conseguiram medir o tempo necessário de treino para uma pessoa se
destacar em qualquer área: 10 mil horas
No livro Outliers, o autor Malcolm Gladwell afirma que com
treino árduo qualquer um pode obter domínio em determinada área, e para isso
bastam 10 mil horas de dedicação. Gladwell chegou a essa conclusão depois de
analisar a vida de pessoas consideradas talentosas com os estudos de psicólogos
como Anders Ericsson, que afirma que talento não é nada menos que prática
intensa pelo período médio de 10.000 horas.
No inicio da década de 90, uma equipe de psicólogos em
Berlim estudaram violinistas e descobriram que os melhores violinistas tinham
em média mais de 10.000 horas de prática cada um, enquanto os artistas menos
capazes tinham apenas 4.000 horas de prática.
Quando o assunto é música, Wolfgang Mozart é considerado a
maior criança prodígio de que se tem notícia. Aos cinco anos, Mozart já tocava teclado,
órgão e violino, e se apresentava para realeza da Europa. Muitos afirmam que
Mozart nasceu com um talento ímpar, e ele sempre foi usado como prova de que
talento é um dom. Mas, não é bem assim.
Mozart era filho do considerado melhor professor de música da
Europa na época, teve contato com a música bem cedo e passava várias horas do
dia na frente do piano. Segundo críticos, as primeiras melodias de Mozart não
eram transcendentais, e as melhores composições dele só vieram depois de
muito trabalho duro.
O mesmo pode ser observado com talentos das mais diversas
áreas. Cristiano Ronaldo acordava de madrugada para treinar, Bobby Fischer
conheceu o xadrez com seis anos de idade e desde então nunca mais desgrudou dos
tabuleiros, Bill Gates perdeu boa parte de sua adolescência programando. Dez
mil horas depois... Bem, você conhece a história deles.
A prática leva a perfeição, e isso não é novidade pra
ninguém. O que você pode não saber é que a qualidade da sua prática é tão
eficaz quanto à quantidade.
A prática deliberada, a mais eficaz, não é somente a
repetição de uma tarefa, é um treino árduo, constante, onde é necessário sempre
desafiar a si mesmo sem medo de falhar.
Nosso cérebro tem uma grande quantidade de massa branca, que
é formada principalmente por mielina, um tipo de gordura que cobre maior parte
dos nossos axônios longos. Com a prática, o revestimento de mielina cresce e se
torna mais rápido e preciso, facilitando assim aprendizados futuros e tornando
o indivíduo cada vez mais preparado.
Pra mielinização funcionar de forma precisa é preciso ter
algumas falhas. Se você sempre repetir aquilo que já sabe, não há evolução. O
ideal é falhar tentando algo novo e mais difícil. Quanto mais prática, mais
mielina, que leva ao aperfeiçoamento de uma tarefa.
Uma grande quantidade de mielinização acontece naturalmente durante
a infância. Crianças são como máquinas gerando mielina, absorvendo informações
sobre o mundo e a si mesmas. Por isso crianças têm mais facilidade para
aprender as coisas, idiomas, maior tolerância a dor, aos próprios erros e são mais persistentes.
À medida que
envelhecemos, podemos continuar a gerar mais mielina em nossos axônios, mas
isso acontece em um ritmo mais lento e requer mais esforço.
Outro ponto forte em favor das
habilidades que melhoram com a mielina é o que acontece quando ele está
ausente. Desmielinização é um fator conhecido na
esclerose múltipla e outras doenças neurodegenerativas que causam sintomas como
perda de destreza, visão embaçada, perda de controle do intestino, fraqueza
geral e fadiga.
Segundo Malcolm Gladwell ,são necessárias 10 mil horas de
prática intensa e deliberada para se ficar craque em alguma tarefa. Motivação,
autocontrole e persistência são fatores chaves que mantém o gás nessa longa
caminhada. E quanto antes você começar, melhor.
Quanto
maior for o tempo diário de treino árduo, mais cedo você se
especializará. A dica é começar gradativamente. Por exemplo, quando
alguém entra na academia
dificilmente aguenta 50 quilos de cada lado no supino. A pessoa começa
com uma
carga mais baixa e vai aumentando o peso com o tempo.
Assim também é com qualquer área que queira se dedicar.
Ninguém com a mente destreinada que quer voltar a estudar hoje consegue estudar
mais que 1 hora por dia, se o fizer vai desistir em poucos dias. Comece
gradativamente e vá aumentando o tempo de estudo ou treinamento com o tempo.
Todas as pessoas têm objetivos, mas nem todas estão
dispostas a pagar o preço por eles. Se dedicar arduamente ao aperfeiçoamento de
uma tarefa pode ser menos convidativo do que relaxar na praia por exemplo.
Apesar de sabermos que todos nasceram com a mesma chance de
brilhar, é duro dizer que em algumas situações os genes podem fazer diferença. A
altura, por exemplo, pesa muito para quem quer ser jogador de basquete ou
vôlei. Nesse caso, os genes não definem quem você é, mas definem quem você pode
ser.
Entender a teoria por trás de como a prática funciona é um
gatilho para manter a motivação e passar mais tempo praticando.
Logo, a fórmula do sucesso é:
Treino constante, foco e dedicação. Isso pode fazer de
qualquer um vencedor
Sejam 10 mil horas ou apenas 1 hora, a prática desempenha um
papel importante no sucesso.
